domingo, 9 de maio de 2010

E já lá vão 12 anos...


E já lá vão quase 12 anos desde a última vez que te vi, desde a última vez que segurei a tua mão...


Recordo cada momento do fim e dói, dói muito. Quem se lembra de te ver brincar comigo no jardim, e quem se lembra de nos ver passear pela Graça, apresentares-me todos os teus amigos e desfazeres-te em elogios sobre a minha pessoa... e ao fim da tarde as palavras cruzadas que eram uma rotina obrigatória contigo! E lembrar depois o que mais custou, ver-te numa cama de hospital, completamente dependente das máquinas e já quase inconsciente a chamar por mim. Ou pior? Ouvir aquelas palavras duras que me gelaram a alma, porque o teu tempo estava a chegar ao fim...

Em apenas 2 anos a morte deixou de dar tréguas...

Como é que nos deixaste assim? Ainda tinhamos tanto para viver, tinhamos tanto para conversar, sim, porque isso era o melhor do mundo, conversar contigo, aprender com a tua sabedoria e saber que aos teus olhos eu tinha valor!


Roubaram-nos tantos momentos, nem sabes o quanto gostava que estivesses presente. Porque fechaste os olhos para sempre, quando eu sei que ainda querias lutar para estar comigo e connosco??


Expectativas para mim? Eram muitas e eu sei... Desde sempre, no meu intímo, prometi nunca te desiludir, e embora tenha dado o meu melhor, sei que já infringi esta promessa... mas às vezes é tão difícil!

Depositaste em mim uma confiança para cuidar dos que me rodeiam e eu sei qual é o meu papel, mas infelizmente não consigo fazer melhor, não consigo estar à altura do que tu ambicionavas e esperavas de mim.

Acredito que foste dotado de um dom inato de manter as coisas no lugar certo, e a capacidade de colocar um sorriso nos rostos dos que te rodeavam, porém eu não herdei esse dom e agora... está tudo virado do avesso.


Com muitas saudades do tempo em que me sentava ao teu colo e sabia que ninguém me podia fazer mal...

Adoro-te para sempre