Da ponte escura e velha,
Despedia-me de uma terra,
que não era a minha.
A neblina pairava sob o rio.
A escuridão envolta das casas.
As mães chamavam seus filhos
que jogavam à bola na rua...
As varinas recolhiam as bancas
os pescadores retornam da lida
O vento desassogava
as almas mais serenas
A chuva caía timidamente,
e eu... despedia-me.
A chuva trespassava
a camisa molhada.
a temperatura descia,
o corpo tremia....
Que importa o frio?
A chuva?
Além deles o que me acompanha?
A triste e inglória solidão...
Mais uma vez, observava,
Mais uma vez, me apaixonava,
Mais uma vez, me despedia...
Por isso,
Deixei a chuva beijar-me a face
Deixei que o vento me envolvesse
um abraço e despedi-me...
Porque agora era fácil,
Passo a passo,
Os segundos fugiam, os últimos...
Sem hesitações, sem recuos,
Soltei as mãos, deixei-me cair,
O frio apoderou-se do corpo...
As estrelas desapareceram...
Fechei os olhos e
tornei-me água...
* Desconhecido 21/12/2008 *