quarta-feira, 13 de maio de 2009

Ausência




A ausência é tudo o que tenho, tudo o que me deixaste, nem o sonho, sequer réstias de memória.


É uma bênção a capacidade de abstracção da mente humana. A convicta e mesmo frágil sensação que guardamos na mente o que deve ser guardado, e que recalcamos o que tem de ser esmagado e apagado por aquilo a que cientificamente chamamos "cérebro", e aquilo a que o senso comum denomina pensamento.


Tu foste arremessado rapidamente para o fundo do icebergue, o que ficou submerso, de tal forma que mal consigo recordar aqueles momentos, aqueles locais, tempos, palavras... Nunca o toque que me fazia delirar, nunca o cheiro que me estonteava a alma, nunca o beijo que me dava acesso directo ao que Adão e Eva conheciam como Paraíso.


O que é o Paraíso, senão um mito dos livros? Assim como apareceste, foste embora... Uma bonita realidade sucumbiu no mais enfermo e doentio delírio...


Hoje eu digo, com uma lágrima à espreita, como fazia em criança à porta do quarto dos meus pais "Não passou de um sonho mau".




Joana Neves


1 comentário:

  1. epa epa epa! esta joana dá-lhe com fé xD
    eu era mais... "mãe vem comigo à casa de banho que tenho medo do peixe" :X lololol
    tá bonito :p

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